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[Diário de Bordo] - Meu primeiro dia na BGS 2018

Impressões sobre um evento que cresce cada vez mais




Outubro chegou e temos, como de praxe, mais uma edição da BGS – Brasil Game Show. A 11ª edição da feira foi realizada no Expo Center Norte, em São Paulo, entre os dias 10 e 14, e trouxe ainda mais convidados do que no ano anterior. Para 2018 a organização convocou nomes como o brasileiro Glauco Longhi (artista sênior de God Of War), Cory Balrog (diretor artístico de God of War), Daniel Pesina (o eterno Johnny Cage de Mortal Kombat), Katsuhiro Harada (produtor da série Tekken) e talvez o nome mais “barulhento” dessa BGS nas redes sociais, Shota Nakama (criador do Video Game Orchestra que trabalhou em trilhas sonoras de jogos como Final Fantasy e Kingdom Hearts).

Quarta-feira – Meu primeiro dia

O dia 10 foi reservado para membros da imprensa (coloque aqui, além de sites tradicionais, youtubers e blogueiros), além de visitantes que adquiriram o passaporte VIP (que dava direito a entrar todos os dias, entre outas beneficies). A organização mandou muito bem ao repetir um procedimento feito nas outras edições: era possível imprimir a credencial em casa, evitando filas desnecessárias na entrada do evento.


Credencial impressa em casa: procedimento que evita muitas filas

Ao chegar em uma feira sempre procuro adquirir um mapa para me localizar (confesso que não curto muito os que são aplicativos de celular, optando pelo bom e velho papel). Mapa adquirido fui logo em busca do jogo que eu mais queria testar: Resident Evil 2 Remake. Acabei não demorando tanto para encontrá-lo pois o stand da Capcom estava muito próximo da entrada do evento. A empresa japonesa preparou uma decoração especial para Resident Evil 2 Remake com imagens dos personagens e a porta alusiva ao R.P.D.- Raccoon Police Department. 



Entrada do stand com Resident Evil 2 Remake: referência ao R.P.D 

Peguei uma fila relativamente curta, coisa de 20 minutos. A Capcom optou por rodar o jogo no Playstation 4 (talvez pelo fato de que o original foi lançado, primeiramente, para o Playstation 1). Enquanto aguardava procurei me distrair com as performances da galera no sempre barulhento Just Dance, que estava com um stand ao lado do da Capcom.

Testando a demo – Resident Evil 2 Remake (Playstation 4)


Logo no início era possível escolher com qual personagem eu iria testar o jogo: Leon ou Claire. O tempo de espera na fila me fez observar que a campanha da Claire era a mais selecionada pelas pessoas, fato esse que me fez optar pelo cenário do Leon. A jogatina começa dentro do R.P.D. onde, confesso, passei alguns minutos apenas olhando aquela delegacia, toda remodelada, que me deu um baita trabalho quando eu era criança em sua versão mais “rústica”. Depois de babar um pouco nos gráficos fui em direção ao óbvio: tentar utilizar as mesmas artimanhas do jogo original no remake. Para o meu azar logo fui surpreendido com o fato de que a Capcom inseriu diversos puzzles novos e alterou a localização dos itens, mostrando que teria me virar bastante para prosseguir.


A tela de abertura explica um pouco sobre a campanha dos personagens

Rapidamente consegui avistar um dispositivo que destravou uma porta. Ao entrar me deparo com um longo corredor escuro lotado de goteiras e cadáveres. Leon não perdeu tempo e logo sacou sua lanterna para nos auxiliar. O estilo de câmera, que me deixou um pouco com o pé atrás por lembrar muito a do Resident Evil 4 (e eu não gosto desse jogo), não me atrapalhou em nenhum momento. O final do corredor me fez encontrar uma porta que dava acesso a uma espécie de escritório. Lá dentro comecei a olhar os objetos, como mesas e armários, em busca de itens quando, de repente, acontece uma cena grotesca que não irei descrever aqui para não dar spoilers e estragar a jogatina de vocês (mistééééério).

A conclusão dessa cena me colocou, frente a frente, com um zumbi vestido de policial. Sem perder tempo pedi para Leon sacar seu revólver e mandar uma saraivada de balas no morto-vivo. Infelizmente minha reação foi um pouco demorada, permitindo ao errante atacar o pescoço de Leon. No remake as dentadas dos zumbis são mostradas em todo o seu esplendor, permitindo ver quão ”suculenta” pode ser uma mordida ganha por suas falhas. Leon e eu sobrevivemos a essa prova mas acabei deixando meu policial com marcas de dentes podres e pingando sangue (ele não deve ter gostado nada). 

Nesse instante a demo acabou e surgiu uma tela mostrando detalhes sobre como realizar a pré-venda do jogo na Xbox Live e na PSN. Ao sair do stand encontrei um amigo e ex redator da Jam, Ailton Bueno, que tinha chegado no início da feira. Como trabalho de repórter para publicações científicas dos setores de telecomunicações e saneamento acabei chegando um pouco tarde. Depois de um rápido bate papo sobre as primeiras impressões dele sobre a feira, fomos a procura da demonstração do segundo jogo que mais queria testar: Devil May Cry 5.

Testando a demo – Devil May Cry 5 (Xbox One X)

Encontrei o jogo em uma fila praticamente simbólica no stand do Xbox One. A Microsoft, assim como em 2017, montou um palco com telão onde jogadores disputavam torneios de Gears of War embalados pela narração de um efusivo apresentador. Engraçado ver que, logo ao lado, estava o stand da Sony. O console escolhido para a demo foi o Xbox One X, aclamado pela crítica como o mais poderoso da atualidade. Fiquei um pouco receoso de jogar nele pelo fato de estar mais acostumado com o controle do Playstation 4 mas encarei o desafio.



Tela de abertura de Devil May Cry 5. Colada na TV a propaganda, alardeada pela Microsoft, em referência ao poderio de seu console


Para a demonstração só era possível controlar o Nero (personagem que divide opiniões dos fãs). Os gráficos no Xbox One X, tanto dos personagens como dos cenários, estão muito bonitos. Achei um pouco estranha a maneira que o personagem se movimenta no cenário (parece estar carregando um saco cheio de tijolos) coisa que, felizmente, não se repete durante as diversas batalhas encontradas na demonstração. Nero continua com seu revólver, que permite dar um tiro por vez, bem como com a espada. No melhor estilo Devil May Cry a ação e os combos são frenéticos, permitindo derrotar os inimigos de diferentes formas. Uma das coisas que me incomodaram foi o braço robótico do Nero. Utilizado para diversos movimentos, ele acaba explodindo em certos golpes, obrigando-o a encontrar outros pelo caminho (achei que isso retarda um pouco o gameplay). 

O cenário de Devil May Cry 5 contém aspectos que me fizeram lembrar bastante o da primeira fase de DMC: Devil May Cry, desenvolvido pela Ninja Theory em 2012 (talvez seja uma homenagem). Ao finalizar a demo aproveitei que estava perto da Sony e fui conferir o que eles estavam mostrando.

Testando a demo – Sekiro: Shadows Die Twice (Playstation 4)


O stand da Sony, assim como o da Microsoft, contou com uma loja onde eram vendidos produtos alusivos a marca e seus jogos (cadernos, camisetas, agasalhos, chaveiros, etc). Uma parte estava voltada, unicamente, para o Playstation VR. Como já conheço e não me interesso por esse tipo de tecnologia acabei passando direto. Os jogos disponíveis variaram de games já lançados (Spider-Man e Fifa 19) a alguns que ainda não estão no mercado como Sekiro: Shadows Die Twice, Days Gone e Kingdom Hearts III). Como o Sekiro: Shadows Die Twice está sendo muito falado resolvi ver como é o jogo. 


Decoração do stand da Sony alusiva aos botões de seu controle

Antes de falar sobre a jogatina é importante fazer um adendo sobre algo que achei que não funcionou: o app Playstation Experience, disponível para celulares na Play Store e na Apple Store. Nele era possível agendar horários para algumas demos com o intuito de evitar filas. Até aí tudo bem. O problema é que o agendamento era liberado apenas no dia e próximo das 16 da tarde. Desnecessário dizer que não consegui marcar e tive que encarar filas que, no dia reservado para a imprensa, para minha sorte, são muito mais curtas. Durante minha espera acabei encontrando, sem querer, a Gisele, redatora aqui da Jam Games, o que mostra que a BGS pode ser um mundo pequeno.


Eu, Gisele e Aílton

Sekiro: Shadows Die Twice é produzido pela FromSoftware, a mesma da série Dark Souls. Logo de início encontro meu samurai em cima de um telhado onde é preciso jogar uma espécie de gancho para ir pulando de telhado em telhado. Algo que me incomodou aqui foi que, a todo momento, o jogo me indicava onde eu deveria jogar o gancho, quebrando um pouco a liberdade. Por outro lado, os gráficos, bem como a jogabilidade, me agradaram bastante. Depois de pisar em algumas telhas consegui encontrar o primeiro inimigo. Como ele estava de costas para o meu personagem o jogo me avisou que poderia derrota-lo com apenas um golpe. 

Ao apertar o botão de ataque meu personagem pegou o inimigo pelo pescoço e cravou sua espada, sem dó nem piedade, no peito do vilão. A cena é muito bem-feita e faz com que o jogador realmente sinta o desespero de quem está morrendo. Primeiro inimigo caído era hora de enfrentar o segundo e foi aqui, exatamente aqui, que o pesadelo começou. Apesar de ser um guarda com a mesma força que o primeiro ele estava acompanhado de um guerreiro muito mais poderoso do que eu. Resultado: morri diversas vezes, sendo obrigado a voltar, do início, a cada morte. Quem sempre desejou um Dark Souls sem os elementos de RPG se sentirá em casa aqui. Não é o meu caso.


Os cenários de Seikiro remetem o jogador aos tempos do Japão feudal

Testando a demo – Kingdom Hearts III (Playstation 4)

Assim como a demonstração de Resident Evil 2 Remake, Kingdom Hearts III me deu a opção de escolher um entre dois cenários: Hércules ou Toy Story. Não tive escolha e fui para a tela da animação que mais gosto entre as duas. Logo de cara é mostrada uma conversa entre Buzz Lightyear e Woody a respeito do que fazer sobre os heartless que estavam infestando o quarto (os dois desconhecem o termo heartless. Utilizei apenas para vocês visualizarem os inimigos). A conversa é interrompida quando Sora, Donald e Pateta fazem sua entrada triunfal na forma de…brinquedos! O trio ficou muito parecido com bonecos de Lego, fator esse que os deixou ambientados ao mundo de Toy Story. A movimentação dos personagens, bem como o modo de batalha, continua o mesmo de outros jogos da série, o que me leva a crer que a produtora Square Enix preferiu não mexer em time que está ganhando. Alguns especiais foram incluídos e, apenas pelo que vi na demo, serão fundamentais em batalhas mais difíceis. 


Heróis de brinquedo

Ao derrotar os heartless, Sora e companhia se apresentaram para Woody, Buzz e companhia limitada. Logo todos partem para a aventura fora do quarto. Pelo que vi a demo ia até uma loja de brinquedos no outro quarteirão, mas, infelizmente, o meu tempo acabou quando estava quase chegando lá. Todos que testaram a demo ganharam um brinde muito legal: um pôster do jogo.


Curti demais o pôster

Bom, como o texto já está bem longo, vou finalizar por aqui a primeira parte do meu diário de bordo da BGS. O segundo texto, que sairá em breve, trará informações sobre as lojas, jogos indies e a visita que fiz aos amigos da Warpzone. Até lá!


Fábio Marcondes Pedroso, conhecido também como Fábio Laudonio, é jornalista e trabalha escrevendo para revistas científicas de engenharia. Quando não está redigindo algo divide o seu tempo entre séries do Netflix, futebol e games, não necessariamente nessa ordem. Atualmente está aprendendo a tocar violão e espera, algum dia, poder tocar uma música inteira de forma decente.

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