[Review] – Disgaea 1 Complete
A primeira vez a gente nunca esquece....
Minha história com a série Disgaea é um tanto atípica. Produzido pela japonesa Nippon Ichi, o RPG estilo tabuleiro é um tanto quanto desconhecido em terras brasileiras. No meu caso conheci a série a partir de Disgaea 3: Absence of Justice, lançado em 2008 e que ganhei de graça, via PSN Plus, para o meu Playstation Vita em 2012. O jogo, que traz o arrogante e interesseiro Mao me cativou logo na primeira jogada por diversos motivos: longevidade, humor altamente escrachado, personagens extremamente carismáticos e muita, mas muita coisa para fazer depois de derrotar o último boss.
Infelizmente, para o meu azar, acabei por pular Disgaea 4: A Promise Unforgotten, lançado em 2011 para Playstation 3 e Playstation Vita. Aprendi com esse deslize e, ao comprar o Playstation 4 em 2015, o primeiro jogo que adquiri foi Disgaea 5: Alliance of Vengeance. O jogo evoluiu muito em relação as duas últimas versões trazendo novos modos de combate, personagens e missões. Com toda essa base adquirida chegou a hora de, finalmente, ter em mãos a versão definitiva do jogo onde tudo começou. Mas será mesmo que a Nippon Ichi acertou em ressuscitar Lahal e cia?
Evoluindo o que já era bom
Disgaea 1 foi lançado em 2003 para o Playstation 2. É possível, logo de cara, notar a diferença gritante dos sprites de um jogo para outro, afinal falamos de quase 15 anos de evolução tecnológica. Assim como em outros capítulos da série, Disgaea 1 Complete traz os personagens desenhados a mão, com diversas animações na hora de executar os golpes.
A Nippon Ichi caprichou na atualização gráfica
Disgaea 1 Complete pode ser considerada a versão definitiva do clássico pois traz todas as melhorias da versão PSP, lançada em 2007 com o título de Disgaea: Afternoon of Darkness. Uma dessas inclusões está no hilário Etna Mode, que conta a história a partir da ótica de Etna no maior estilo Marvel “O que aconteceria Se..?. Já as mecânicas permanecem as mesmas de outros jogos da série, facilitando o aprendizado para quem veio de uma outra versão (meu caso, por exemplo).
A história principal é dividida em capítulos com cerca de cinco mapas cada. O campo de batalha é dividido em quadrados, como em um tabuleiro de xadrez, e o jogador consegue se movimentar neles por turnos. Para auxiliar os protagonistas é possível criar diversos personagens genéricos que, baseados em sua profissão, utilizam habilidades únicas como o mago com magias de ataque ou o arqueiro com golpes concentrados de longa distância.
Apesar de parecer simples o sistema de batalha de Disgaea 1 oferece diversas possibilidades
A volta dos protagonistas mais queridos
Em todos os fóruns de Disgaea que participo as opiniões são praticamente unânimes: Lahal, Etna e Fione compõem um dos melhores trios de protagonistas da série. A história do príncipe arrogante que, por dormir demais, acaba esquecido após a morte de seu pai e perde o direito ao posto de Overlord do Netherworld ainda cativa muito os jogadores.
Apesar de ter começado em Disgaea 3 acabei conhecendo a trupe de Disgaea 1 em Disgaea 5. A Nippon Ichi tem uma característica que me agrada bastante que é a de sempre incluir os protagonistas das versões anteriores nos jogos mais atuais, via download (DLCs). Isso permite que, além de sempre poder contar com seus personagens favoritos, o jogador acabe se interessando em conhecer outras versões da série.
O arrogante e presunçoso Lahal ainda é muito querido pelos jogadores da franquia
A lista de personagens carismáticos de Disgaea 1 Complete ainda inclui nomes como a fiel vassala de Lahal¸ Etna, e seu exército de Prinnies atrapalhados além da aprendiz de anjo Flonne que tenta, a todo minuto, por um pouco de bondade no coração do príncipe. Apesar das piadas e estilo cartoon, Disgaea 1 Complete é um jogo que demanda estratégias para jogar e é recheado de coisas para fazer além da história principal. É possível continuar a aventura depois de derrotar o último boss e tentar coisas insanas que incluem chegar ao level 9999 (sim, 9999) e desafiar o fortíssimo Overlord Baal, personagem recorrente na série que, a cada versão de Disgaea, fica um pouco mais apelão.
O status de Baal costuma ser insanamente alto e é um enorme desafio para os jogadores mais experientes
Disgaea 1 Complete é uma bela forma encontrada pela Nippon Ichi de homenagear uma de suas principais séries. Apesar de não conter inovações vistas em Disgaea 5 o jogo não parece datado e proporciona aos fãs da série matarem a saudade de Lahal e companhia. Disponível para Playstation 4 e Nintendo Switch.
PS: Tente esquecer a inesquecível gargalhada de Lahal. Verá que é impossível....
Jogo analisado no Playstation 4 com cópia digital cedida pela Nippon Ichi
Qualidades
- Alto fator replay;
- Personagens e história cativantes.
Defeitos
- Poderia ter trazido algumas mecânicas de jogo implantadas em versões posteriores.
Disgaea 1 – Complete – Nota 9
Fábio Marcondes Pedroso, conhecido também como Fábio Laudonio, é Jornalista e trabalha escrevendo para revistas científicas de engenharia. Quando não está redigindo algo divide o seu tempo entre séries do Netflix, futebol e games, não necessariamente nessa ordem. Atualmente está aprendendo a tocar violão e espera, algum dia, poder tocar uma música inteira de forma decente.
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