Header Ads

[Retro Review] Coca Cola Kid (Game Gear)

Imagine um garoto se tornando mascote da Coca Cola e lutando pra salvar sua professora. Essa é a história deste jogo obscuro, lançado exclusivamente no Japão, para Game Gear: Coca-Cola Kid!

Os anos 90 tiveram suas pérolas escondidas, e uma delas lançada exclusivamente no Japão, era o jogo Sassou Shounen Eiyuuden Coca-Cola Kid (颯爽少年英雄伝コカ・コーラキッド) ou apenas Coca-Cola Kid, para Game Gear. O garoto da Coca Cola foi um mascote temporário para a marca apenas no Japão, e este jogo acabou sendo apenas algo regional, mas, bem divertido.

O jogo foi feito pela empresa Aspect, e publicada pela SEGA em 1994, apenas no Japão, pelo  (até então) mascote da franquia, o "Coca-Cola Kid". Em seu lançamento, haviam duas versões: o cartucho comum, de carcaça cinza escuro (cor comum para cartuchos de Game Gear), e a variante que vinha em um pacote especial, aonde o cartucho era vermelho, e vinha junto o próprio console Game Gear vermelho, em edição especial, com o logo da Coca cola.

Em março de 2021, foi lançado um RomHack GG2SMS (adaptação/port do jogo de Game Gear para Master System), feito por fãs, totalmente funcional em consoles físicos (caso use um Everdrive). Há versões tanto no idioma original (japonês), quanto uma versão traduzida para o inglês.

Este é um jogo de plataforma sidescrolling 2D (jogo lateral), com mecânicas simples (mas bem programadas). Você controla apenas o personagem "Coca-Cola Kid", e a jogabilidade é bem similar ao seu antecessor da Aspect, o jogo "Sonic Chaos", inclusive tendo um movimento ao estilo "Spin Dash", no qual você agaixa para energizar e correr com poder pra cima do oponente, além de tela título e logo da SEGA similares.Há um certo foco em velocidade, assim como em chutes nos inimigos e/ou objetos, possibilidade de andar de skate em certos momentos das fases, além de pulos acima de muros e poder deslizar (assim como Megaman). Dentre os Power Ups, há bebidas (Coca-Colas) que restauram vida, e Moedas, que podem ser usadas para comprar itens na passagem de uma fase para outra.

Cada estágio tem limite de tempo de 9:59, ao chegar neste tempo, o personagem perde a vida. Muitos obstáculos (como caixas de madeira, e cabines telefônicas) podem ser destruídos pelo caminho.


Produzido em cartuchos de 512kb de ROM, com Build Date oficial em 13-05-1994, é um belíssimo jogo de ação, com poucos ou quase nenhum bug, comparado à maioria dos jogos da época.

Cokey (como é chamado o garoto protagonista pela sua professora) é uma criança que adora beber Coca-Cola, serviu como mascote da bebida na época, e aparentemente não tem nenhum dente (é só prestar atenção, tanto em todas as ilustrações, sejam promocionais em revistas, sejam dentro do jogo). Mas tudo bem, afinal, quem precisa de dentes, quando se tem muita atitude do meio dos anos 90, e shorts confortáveis?

O título pode ser traduzido, ao pé da letra como algo do tipo "Garoto Herói Violento - Menino da Coca-Cola" ou "Saga do Garoto Precipitado - Menino Coca-Cola".


A história começa com a Senhorita Sakurako (uma professora estilo Barbie dos anos 80/90, mas de cabelos castanhos), professora de Cokey, conversando com alguém que ela chama de "Senhor Iwayma", que é um cara bem esquisito. De uma aparência estilo "Mestre Kame com cabelo", ele tira os óculos, chacoalha o cabelo, e se mostra com uma aparência que lembra sub-chefes de jogos do estilo Beat Em Up (moicano, cavanhaque, e musculoso sem camisa). Ele a sequestra, enquanto Cokey ouve o barulho e persebe o sequestro. Ao invés de chamar ajuda, ele resolve salvar a professora sozinho.

A partir do momento que começa o jogo, se você já está acostumado à jogos de plataforma, vai se sentir bem confortável com a movimentação. Você pode correr, chutar coisas, pular, pular e chutar ao mesmo tempo, e até mesmo consegue subir paredes na base dos chutes, como feito nos jogos da saga Megaman/Rockman X. Ao se agaixar e pressionar o botão de chute, você energiza para dar um "dash", no qual você usa velocidade e bate em inimigos pelo caminho. Basicamente, os controles acabam sendo bem intuitivos, o que é um ponto muito positivo.


Você pode explorar bem os cenários, e encontrar passagens, locais diferentes, power ups (incluso freesbies para jogar de longe nos inimigos), te dando liberdade de conhecer melhor por onde está pisando. É bom tomar cuidado durante a exploração, afinal, há apenas 3 vidas, e caso perca as 3, você volta pra tela de início, tendo que recomeçar tudo do zero.

Dentre os inimigos, você encontra pássaros-robô, lutadores de artes marciais, carecas cospidores de fogo e até gordinhos que rolam pra cima de você como o Sonic. Cada estágio tem 3 fases, sendo duas com vários personagens, e a terceira, o "chefe", que você precissa derrotar para que ele te dê informações sobre aonde encontrar para salvar a professora.

Na imagem acima, fica a comparação de Sonic Chaos (jogo anterior da Aspect), e Coca-Cola Kid. Um bom comparativo, para ver que jogos de plataforma tinham muitas similaridades.

Basicamente, você tem a cidade principal, um Central Park, as ruínas de alguma mansão com ninjas, uma fábrica e uma discoteca, como cenários bem bizarros, como é de se esperar para um plot tão simples.

Mesmo sendo um suposto jogo "Family Friendly" (assim como o Youtube finge ser, para desmonetizar ao máximo os criadores de conteúdo), o último chefe é uma Dominatrix que gosta de voar e usar seu chicote em pleno vôo. Mas, a estranheza NSFW não para por aí, afinal, se você a vence, ainda temos o final do jogo, não é mesmo?


Ao vencer a Dominatrix, a professora consegue ficar livre, do que quer que a estivesse segurando, e quase te sufoca até a morte com os próprios seios (não estou brincando). Pode se dizer que é um jogo que mistura inocência com safadeza subliminar, e provavelmente muita coisa subjetiva que não pude notar durante a jogatina nas vezes que joguei.

Abaixo, uma live em que testei a gameplay do jogo, e tive muitas dificuldades para passar algumas partes. Mas, após jogar algumas vezes, peguei o jeito, e talvez eu faça uma live completando o jogo.

Coca-Cola Kid é, sem sombra de dúvidas, o tipo de "Advergame" que eu esperaria dos anos 90, sem tirar nem pôr. Fases levemente difíceis, golpes simples de executar, e muita diversão.

Nota: 8,5

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.