[Review] – Assassin’s Creed Origins (Multi) - Observando o antigo Egito com olhos de águia
Ubisoft acerta em misturar mundo aberto com mitologia egípcia.
O ano de 2017, em matéria de games, foi bastante especial para mim. Foi uma temporada na qual, em virtude do pouco tempo que estou tendo disponível para jogar, resolvi me aventurar em franquias que jamais havia jogado. Tal qual foi com Zelda: Breath of The Wild no Nintendo Switch, a franquia Assassin’s Creed é uma que jamais havia jogado. (Isso sem contar o modo de batalha em barcos piratas de Assassin’s Creed Black Flag (Multi), que testei rapidamente no Wii U durante uma edição da Brasil Game Show).
Depois de ter visto diversos trailers do jogo, e descobrir que sua história se passaria no antigo Egito, resolvi dar uma chance a Assassin’s Creed Origins (Multi). Sem mais delongas subam em seus camelos e acompanhem um pouco do que está sendo a minha jornada até aqui.
Defender, esquivar, atacar
O início do jogo é, basicamente, sobre aprender os principais comandos de Bayek, nosso personagem. Ele é um protetor de faraó e defensor do povo egípcio que se torna um matador ao presenciar a morte do filho. Para defender, além do escudo, temos a opção de nos esquivar de ataques dos inimigos. Já os golpes são divididos em fracos e fortes. Até o momento eu não gostei muito de utilizar os golpes mais fortes (a não ser para quebrar a defesa de inimigos com escudo) em virtude de sua lentidão. Prefiro apelar e golpear mais vezes com o ataque mais fraco.
Depois do tutorial, no qual é possível visualizar a personalidade forte, porém solícita de Bayek, você é convidado a galopar pelas areias em seu camelo. É importante salientar que a Ubisoft deu a opção de você entrar no mapa, apertar um botão e ir diretamente para a cidade desejada, o que leva a uma tela de carregamento rápida, uma opção interessante para os mais apressados. No meu caso, prefiro observar as paisagens em cima de meu camelo e, muitas vezes, brincar de polo utilizando a espada para bater em inimigos enquanto meu fiel escudeiro de corcovas galopa.
O sistema de batalhas contempla uma grande variedade de armas
Uma coisa que impressiona no jogo é a fidelidade com que as mortes acontecem. O inimigo pode levar um golpe de misericórdia com uma marreta enquanto agoniza no chão porém, para chegar nesse estágio na batalha, será preciso muita astúcia pois a IA dos adversários é bem alta tornando-os mestres na arte de cercar seu personagem e desviar de golpes.
A quantidade de armas que podem ser utilizadas é muito grande. Temos desde espadas a arco e flechas. Para esse jogo, a Ubisoft resolveu utilizar um sistema no qual você entra em uma loja e adquire novos equipamentos utilizando moedas do jogo (mais moedas podem ser adquiridas utilizando dinheiro real ). Isso poderia levar a uma apelação sem limites, se não fosse utilizado um sistema de RPG. Todas as armas possuem um level mínimo para que você possa usá-las evitando assim que um personagem de nível 10 utilize uma arma de nível 50. Já o nosso protagonista, assim como seu arsenal, conta com uma árvore de habilidades que são abertas à medida que ele evolui. Em tempos de loot boxes e toda a questão de "pay to win" que vivemos hoje em dia não achei que a possibilidade de obter equipamentos com dinheiro real apenas acelera o processo de quem não tem muita paciência de adquiri-las no jogo e não representa uma vantagem absurda.
Missões variadas
Um dos grandes trunfos de Assassin’s Creed Origins é a quantidade de missões secundárias. É possível passar horas apenas realizando essas tarefas, deixando o objetivo principal de lado. Detalhe, os NPCS, assim como os inimigos, possuem uma IA bem realista, dando a eles rotinas de uma pessoa do mundo real (parar para comer, dormir etc.).
Algumas das missões secundárias envolvem a exploração de tumbas
O mundo a ser explorado em Assassin’s Creed Origins é gigante e, quando uso essa palavra, não estou exagerando. Explorar todo o mapa consumirá um tempo precioso e fará com que você se depare com missões interessantes. Uma que me cativou bastante foi a que tive que encontrar uma constelação de estrelas específica, ou a que tive que nadar para encontrar vasos com remédios no fundo de um rio.
Para facilitar um pouco o trabalho Bayek tem uma técnica na qual ondas azuis passam pelo local, indicando a presença de itens e com quais objetos do cenário você pode interagir (semelhante a um pulso de energia). Essa habilidade já vem com o personagem e é bastante útil principalmente em missões aquáticas.
Pelos olhos da águia
Um detalhe que merece um capítulo exclusivo é a possibilidade de controlar uma águia. Sim, Bayek é dono de uma águia, chamada Senu, que pode ser controlada pelo jogador para explorar a cidade de cima. Voar com o animal é algo muito divertido, e bastante útil, pois com ele é possível marcar itens no mapa ou observar o comportamento de alguns inimigos.
A companheira de asas de Bayek o auxiliará muito durante sua jornada
Graficamente o jogo está soberbo. Tudo é muito bem detalhado e a impressão que temos é a de estarmos convivendo com uma cidade viva. Não bastando tudo isso, a Ubisoft ainda está adicionando, de forma gratuita, eventos especiais com batalhas contra deuses egípcios, que ficarão disponíveis por tempo limitado. Ao vencê-las, o jogador é premiado com equipamentos especiais. A primeira delas, contra Anubis, já está disponível.
Qualidades:
- Gráficos belíssimos;
- Grande variedade de armas;
- Missões variadas e desafiantes;
- História cativante.
Defeitos:
- Apesar do mapa ser extenso, alguns pontos apresentam áreas vazias.
Assassin’s Creed Origins – PC/PS4/Xbox One – Nota 9,0
Revisão: Manoel Siqueira
Fábio Marcondes Pedroso, conhecido também como Fábio Laudonio, é Jornalista e trabalha escrevendo para revistas científicas de engenharia. Quando não está redigindo algo divide o seu tempo entre séries do Netflix, futebol e games, não necessariamente nessa ordem. Atualmente está aprendendo a tocar violão e espera, algum dia, poder tocar uma música inteira de forma decente.
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