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A Sony e a Retrocompatibilidade, um caso de descaso.

Apesar do grande apelo dos fãs, a companhia insiste em ignorar a voz que deveria importar, a dos gamers.


Tenho consoles da Sony há dezessete anos. Comecei com o PlayStation 1 e amava aquele aparelho mais do que tudo. Considero ele o melhor aparelho já feito até hoje, junto com o Super Nintendo. Os anos passaram e pude comprar um PlayStation 2, era ótimo, podia rodar tanto os jogos antigos quanto os atuais. Aí chegou o PlayStation 3 e as coisas começaram a desandar.

A Sony tomou uma série de decisões ruins que deixaram o console em maus lençóis. Primeiro foi a retirada da opção de retrocompatibilidade (na verdade, somente nas primeiras versões havia essa possibilidade). Quando pude pegar o aparelho da terceira geração ele tinha uma rede extremamente instável (comprar um jogo digital e fazer o download era um parto), a opção de jogar os games antigos havia sido eliminada, o controle era horrível, entre outras decisões ruins.

Em 2013 saiu o tão aguardado PlayStation 4, que prometia ser o melhor aparelho da geração, com os melhores gráficos e tudo o mais. A Sony soube aproveitar bem as péssimas decisões da Microsoft ao anunciar o seu Xbox One e passou a liderar a corrida dos consoles. Algumas coisas melhoraram sim, o controle é infinitamente melhor que o anterior, porém a rede online continua ruim (apesar de ser notável alguma melhor), além de disponibilizar jogos indies ou de qualidade duvidosa todos os meses. Porém, uma coisa foi eliminada de vez, a retrocompatibilidade.

A adversária direta, a Microsoft, colocou o violão na sacola e começou a trabalhar e a correr atrás do prejuízo pré-lançamento do seu console. Mas em 2015, durante a E3, foi anunciado uma das melhores ferramentas já adicionadas após o seu lançamento, até hoje: a retrocompatibilidade com o Xbox 360. A princípio eram pouco mais de 100 jogos disponíveis, número hoje que chega à quase 400 títulos.


Algumas semanas atrás foi, finalmente, adicionado a biblioteca de jogos do Xbox One o tão aguardado Call of Duty: Black Ops 2 (Multi). Os fãs ficaram polvorosos, o jogo, que saiu cinco anos atrás, chegou ao top 10 de vendas do mês de abril. Um sucesso. Uma prova cabal que a retrocompatibilidade é o que os fãs querem, já que nem todos tiveram a oportunidade de jogar todos os games da geração passada.

Por outro lado, a Sony com o seu PlayStation adotou uma estratégia diferente, vários jogos foram remasterizados, outros foram portados do PS2 para o PS4 (lembrando que quem já tem o jogo original, precisa comprar novamente). O que, particularmente, acho não ser uma atitude tão acertada.

No último dia 5 de junho, o diretor global de vendas, Jim Ryan, disse em entrevista para a Time que os fãs do PlayStation pedem muito a opção de retrocompatibilidade, mas que não é muito utilizada. Ele complementa dizendo que esses jogos são “antiquados” para os dias atuais. Mas pera aí, só o que importa em um jogo são os gráficos? Não.

Um jogo é muito mais do que as imagens apresentadas no televisor. O melhor jogo que já joguei na vida é Chrono Trigger (Multi): a história, mecânicas e diversão, são o que tem de melhor até hoje. O seu lançamento foi feito originalmente para o SNES, e só por conta do seu gráfico ele deve ser jogado fora? Não.


Quando foi anunciado (erroneamente na minha opinião) o PlayStation 4 Pro, surgiram vários rumores dizendo que devido a seu hardware (levemente) melhorado, ele seria capaz de rodar nativamente jogo dos consoles anteriores. Devo confessar que fiquei bastante animado com isso, mas, como sabemos, o console não tem nada disso. Uma pena.
Talvez a esse ponto você esteja pensando que eu sou mais um caixista que só querer gerar discussões, mas é justamente o contrário, sou um amante dos games. Quando vejo um diretor global de uma das maiores produtoras de jogos do mundo dizendo que uma característica é pedida, mas que não é utilizada e não tem que ser adicionada, me deixa furioso. O exemplo da Microsoft tem sido extremamente positivo, porque então a Sony não pode seguir o mesmo caminho?

Existem centenas de jogos que ainda não tive o prazer de jogar nos consoles da Sony. Se a empresa lançar uma versão que tenha essa opção eu serei o primeiro a comprar, prefiro muito mais jogar Grandia (Multi) do que passar meu tempo com a franquia God of War, por exemplo. É tudo uma questão de gosto.

Tudo o que foi colocado aqui é o meu ponto de vista sobre o assunto, e pode ser que você acredite que os jogos antigos deveriam ser relegados ao museu e devemos olhar somente para os jogos que serão lançados no futuro, mas toda e qualquer reflexão é válida.

E você leitor? Eu gostaria muito de saber a sua opinião sobre o assunto, deixe o seu comentário abaixo.
Revisão: Douglas Fubarion Marciano

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