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[Review] Anima Circus (PC)

 “Respeitável público!” — é assim que começa o espetáculo digital mais curioso do mês.

Com a chegada de AnimaCircus, o estúdio carioca Sendo Estúdio estreia um jogo que parece simples à primeira vista, mas que carrega dentro dele uma filosofia sobre expressão, ritmo e identidade — tudo através de um protagonista improvável: um gato artista de circo.


Um gato, um palco e uma plateia humana

No universo de AnimaCircus, somos convidados a assumir o papel de um gato performista que comanda sozinho todo o espetáculo de um circo feito apenas para felinos, mas com uma plateia inteiramente humana.
A proposta, por si só, já é uma metáfora divertida sobre autenticidade e vulnerabilidade artística: um artista tentando entreter um público que o observa com curiosidade — ou talvez com espanto.

A jogabilidade segue o formato dos clássicos jogos de ritmo e precisão, mas com um toque de ternura: ao errar o tempo de uma batida, o público não vaiar — ele entende. É um detalhe simples, mas que torna a experiência mais leve e convidativa, até para quem nunca teve boa coordenação rítmica.

Música, performance e personalização

São 20 faixas originais criadas especialmente para o jogo, cada uma com três níveis de dificuldade.
O jogador pode escolher se quer apenas se divertir, acompanhar o ritmo casualmente, ou se desafiar em níveis mais intensos — e tudo isso ao som de uma trilha cuidadosamente composta, que reflete a paixão musical do desenvolvedor Cadu Rodrigues, o criador por trás da Sendo Estúdio.

Além do ritmo, há também um toque de autoexpressão: é possível customizar o visual do seu gato — mudar cores, olhos e roupas — criando um personagem que reflete um pouco do próprio jogador. Essa combinação de som, cor e movimento transforma o palco de AnimaCircus em um verdadeiro laboratório artístico felino.

Um espetáculo visual e emocional

Desenvolvido na Godot Engine 4, o jogo brilha em sua estética psicodélica, com luzes, cores e efeitos que respondem à performance do jogador. Conforme o ritmo se mantém e o combo cresce, a tenda do circo se transforma: as luzes se intensificam, o público vibra e a sensação é de estar, literalmente, dando um show.

É um design inteligente — o ambiente reage à sua performance, e isso cria uma recompensa visual imediata, algo que muitos jogos rítmicos negligenciam.
O resultado é um equilíbrio entre leveza e imersão, ideal para sessões curtas, mas também viciante o bastante para longas madrugadas musicais.

Arte, introspecção e um toque brasileiro

A filosofia da Sendo Estúdio é clara: criar mundos imaginários que reconectem o jogador à realidade.
Em AnimaCircus, isso aparece nas entrelinhas — cada batida, cada erro e acerto, cada momento em que o gato se apresenta para os humanos é um lembrete sutil sobre a experiência de ser artista, errar, tentar de novo e continuar se apresentando.

Mesmo sendo um projeto solo de Cadu Rodrigues, o jogo impressiona pela polidez, otimização (roda com apenas 2 GB de RAM e 900 MB de espaço) e pela maturidade da sua direção artística. É uma prova de que a cena indie brasileira continua ousada, sensível e criativamente livre. Gráficos simples e minimalistas, de fácil entendimento.

Conclusão: um show que merece aplausos

AnimaCircus é mais do que um jogo de ritmo — é uma carta de amor à performance, à música e ao ato de se colocar em cena, mesmo quando o público é imprevisível.
Com seu visual cativante, trilha autoral e mecânica acessível, ele entrega uma experiência leve, introspectiva e incrivelmente charmosa.

Se você gosta de jogos musicais, estética indie e um toque de poesia felina, marque esta sexta-feira, 7 de novembro, na agenda: o espetáculo já começou.

AnimaCircus
Plataforma: PC (Steam e Itch.io)
Preço estimado: US$ 4–5
Idiomas: Português (Brasil) e Inglês
Desenvolvido e publicado por: Sendo Estúdio (Cadu Rodrigues)
Engine: Godot 4

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