[Review] Schoolteacher Simulator
Schoolteacher Simulator: o caos educativo que ninguém pediu, mas talvez você queira.
INTRODUÇÃO: AULA INAUGURAL
Sabe aquela sensação de estar numa sala de aula onde tudo pode dar errado? Então, Schoolteacher Simulator te joga exatamente aí — mas com a liberdade caótica de um simulador indie de orçamento modesto e ambição desproporcional. Lançado em janeiro de 2025 pela desenvolvedora Eathrabaria, o jogo tenta te convencer de que ser professor é fácil. Spoiler: não é. Nem no jogo.
Você vai dar aulas, cuidar de recreios, responder a tretas de alunos e organizar eventos escolares em uma semana que parece ter sido escrita por alguém que misturou nostalgia de ensino fundamental com Goat Simulator e uma pitada de IA mal ajustada. Claro que poderia ser mais caótico!
JOGABILIDADE: "PROFESSOR, POSSO IR NO BANHEIRO?"
O loop é simples: acorde, vá pra escola, escolha entre ser um professor linha-dura ou brother da turma, e tente sobreviver emocionalmente. Durante os sete dias de gameplay, você encara dilemas “profundos” como decidir se o aluno que tacou lápis no ventilador merece advertência ou um prêmio de criatividade.
As escolhas, no entanto, são mais decorativas do que determinantes. Ser bonzinho ou autoritário altera algumas falas, mas o jogo termina do mesmo jeito. E se você espera uma progressão complexa, tipo The Sims encontra Papers, Please, calma lá — aqui é mais PowerPoint com IA do que uma gestão profunda.
ÁUDIO E VOZES: AULA COM SIRI
As dublagens são geradas por inteligência artificial. E não, não é aquele AI do tipo “quase humano”. É aquela IA que parece que pegou gripe e ainda está aprendendo a entonação de palavras básicas. Os diálogos soam como se a Alexa tivesse sido promovida a professora substituta. O lado bom? Os desenvolvedores prometeram substituir isso por vozes reais em atualizações futuras.
A trilha sonora? Repetitiva, mas até que simpática. Aquela musiquinha ambiente que lembra rádio de elevador em escola particular — segura o tédio, mas não salva a alma.
GRÁFICOS E PERFORMANCE: BONITINHO MAS ORDINÁRIO
Visualmente, Schoolteacher Simulator é um Frankenstein de assets. Algumas salas são super detalhadas, outras parecem saídas de um protótipo do Unity. Os personagens têm cara de figurantes de propaganda educacional dos anos 2000, e sim, há bugs — muitos.
Prepare-se para NPCs atravessando paredes, clipping no chão e momentos onde você simplesmente cai do mapa e precisa reiniciar. Mas ei, pelo menos o reflexo nos espelhos é em resolução nativa. Isso foi o ponto técnico mais elogiado da comunidade — o que já diz muito.
HISTÓRIA: “TÔ ESCREVENDO UM LIVRO SOBRE ISSO”
A “narrativa” é básica: você é um novo professor tentando sobreviver a uma semana de aula. Sem plot twists, sem desenvolvimento de personagem, sem ameaças de zumbis ou sociedades distópicas (ok, talvez a escola seja distópica por padrão). A tentativa de criar carisma nos alunos até existe, mas tudo acaba ficando na superfície.
PONTOS POSITIVOS
-
Proposta original e leve
-
Humor involuntário com bugs e falas bizarras
-
Trilha simpática (apesar de repetitiva)
-
Alguns eventos (tipo excursões e gincanas) são divertidos
PONTOS NEGATIVOS
-
Gameplay rasa e repetitiva
-
IA de voz sem emoção
-
Decisões sem impacto real
-
Bugs frequentes e loop curto (1 hora de campanha!)
-
Pouca profundidade para quem esperava simulação realista
VEREDITO FINAL: “VOCÊS VÃO PASSAR DE ANO, MAS NA RESSACA”
Schoolteacher Simulator é um daqueles jogos que a gente joga com um sorriso no canto da boca, não porque é incrível, mas porque é absurdamente estranho e curioso. É como um trabalho escolar entregue com pressa: a ideia tá lá, o coração também… mas falta acabamento, clareza e um bom revisor (ou no caso aqui, testador de bugs).
Se você curte simuladores caóticos com pegada meme e quer rir (ou chorar) por 40 minutos, pode valer a pena. Mas se você é do tipo que leva a gestão escolar a sério ou esperava um novo Two Point Campus, talvez seja melhor esperar a próxima turma — ou pelo menos o próximo patch.
Nota: 6/10
Post a Comment