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[Histórico] SNK: A história do rei das lutas #1

Conheça a origem da criadora de uma das maiores séries de jogos de luta.


A SNK, ou Shin Nihon Kikaku, é uma das empresas mais amadas e respeitadas do mundo. Eles são os criadores de uma das franquias mais jogadas nos fliperamas e arcades por todo o planeta, The King of Fighters. Mas várias coisas aconteceram na trajetória da empresa, e hoje vamos conhecer um pouco mais essa história.

A entrada do Rei nos ringues

A SNK Corporation foi fundada na cidade de Suita, na província de Osaka, no dia 22 de julho de 1978, por Eikichi Kawasaki. O foco da empresa era criar e desenvolver jogos e hardwares.

O primeiro  título a chegar ao mercado japonês foi lançado em 1979 e se chamava Ozma Wars, um shooter com progressão vertical. Um ano depois, chegou Safari Rally, um jogo em formato de labirinto e também possuí progressão vertical.

Os jogos caíram no gosto dos jogadores japoneses e em 1981 chegou o primeiro grande sucesso da empresa, Vanguard, um shooter espacial com progressão lateral e considerado o predecessor de jogos como Gradius e R-Type.


A empresa decidiu que era o momento  de abocanhar um mercado maior, para isso licenciou Vanguard para a empresa Centuri, que o publicou nas terras do Tio Sam. Isso abriu os olhos da SNK e fez com que a mesma percebesse que estava perdendo uma grande oportunidade, por isso abriu  um escritório em solo norte-americano,  nascendo assim a SNK Corporation of America, no dia 20 de outubro de 1981. John Rowe foi escolhido para comandar a nova empresa, posteriormente ele fundou a Tradewest e hoje comanda a High Moon Studios.

No Japão a empresa investiu todas as suas forças na criação e produção de jogos para arcades. Durante o período de 1979 e 1986, conseguiu lançar incríveis vinte e três jogos. Alguns deles tiveram um sucesso considerável, como Mad Crasher de 1984 e Athena, publicado em 1986. Esse último alcançou uma boa margem de vendas quando foi portado para o NES, em 1987.


Mas o primeiro grande sucesso da empresa foi lançado em apenas 1986 e foi chamado de Ikari Warriors. Nele o jogador comandava um soldado em progressão vertical com a capacidade de atirar para todo lado. O game se aproveitou o sucesso dos filmes de ação que chegaram ao cinema, como Rambo e Comando para matar. Esse sucesso fez com o que o jogo fosse convertido para vários consoles como o Atari 2600, Atari 7800, Commodore 64, Commodore Amiga, Amstrad CPC, Apple II, ZX Spectrum e o NES. O jogo recebeu também duas continuações, batizadas de Victory Road e The Rescue.

O rei abraça os consoles

Mas nem tudo eram flores. Em 1983 aconteceu o famoso Crash da indústria de jogos eletrônicos. O mercado retraiu em 97% e poucas empresas sobreviveram a essa crise. Apesar disso tudo, haviam algumas desenvolvedoras que conseguiram se destacar, como a Nintendo com o seu recém lançado NES.

A SNK então bateu nas portas da Big N e assinou um contrato para se tornar uma Third Party em 1985, fazendo com que a companhia abrisse uma nova empresa nos EUA, a SNK Home Entertainment, que era a responsável por fazer a distribuição e o marketing dos jogos para os consoles caseiros. Foi nesse período que John Rowe saiu da empresa e abriu a sua Tradewest.

Com o mercado aquecido, a SNK passou então a desenvolver títulos originais para o NES. O primeiro a chegar ao mercado foi Baseball Stars, de 1989, o jogo era único porque o jogador podia montar seu próprio time, algo inédito até então. O segundo game lançado para o NES foi o RPG Crystalis, que saiu em 1990. O título é um RPG de ação similar a The Legend of Zelda.

Já em 1988, a Sega lançou o seu novo console, o Genesis, que ficou conhecido como Mega Drive no Brasil, e em resposta a isso, em 1991, a Nintendo cria o sucessor do NES,o Super NES. Isso fez renascer a guerra no mundo dos jogos caseiros, o que não agradou a SNK. A empresa , por sua vez, resolveu não tomar parte nisso, e passou a licenciar seus jogos para empresas como Romstar e Takara, enquanto voltava seu foco para os arcades e revolucionou este mercado.

O rei recebe a sua coroa

No fim dos anos 80, os engenheiros da SNK conseguiram desenvolver uma cabine modular chamada de Neo-Geo MVS (Multi-Video System) que tinha a capacidade de rodar até seis jogos de uma vez. Até então, os donos de arcades precisavam trocar todas as peças da cabine, o que custava tempo e dinheiro. O MVS fez um tremendo sucesso, já que a troca dos jogos era rápida, e o custo de cada jogo era menor do que as cabines, cerca de US$ 500 dólares, cerca de metade do valor da cabine, além da praticidade proporcionada.

Mas a SNK queria mais e com o sucesso no mundo dos arcades, resolveu competir também no mercado de jogos caseiros. Em 1990 chegava ao mercado o Neo Geo Advanced Entertainment System, ou simplesmente Neo Geo AES. Esse console era uma versão diminuída do MVS e não estava disponível para venda, somente para aluguel. Esse lançamento passou a fazer um grande sucesso, já que os fãs podiam apreciar os grandes jogos do console em casa.

Os fãs, no entanto, queriam ainda mais e a SNK ouviu o público e passou a vender o AES, a salgados US$ 599 dólares e  cada um dos jogos a US$200 dólares. Em valores atuais, isso corresponderia respectivamente a cerca de US$ 1.146,85 e US$382.92(checado no site:http://www.dollartimes.com/calculators/inflation.htm). Para deixar o público sempre ávido por novos lançamentos, eles portavam os jogos em alta dos arcades para o console, como foi o caso das franquias Fatal Fury, Art of Fighting, Metal Slug, The King of Fighters e diversas outras. Além disso, se destacaram também aqueles jogos únicos da empresa, que foram portados para outros consoles, como Vanguard, Athena, Ikari Warriors e outros.

Para a sua época, o AES era extremamente superior a seus concorrentes. Ele possuía dois CPUs 68000 com 16/32 bits que funciona a 12 MHz e um Zilog Z80 como backup que rodava a 4 MHz. Isso fazia com o que a CPU fosse 50% mais rápida que o processador do Mega Drive. Além disso o AES tinha um chipset exclusivo para o áudio e para o vídeo. O chipset de vídeo apresentava 4096 cores com 380 sprites na tela simultaneamente. O console da Sega tinha apenas 64 cores e conseguia mostrar apenas 80 sprites na tela. O chipset de áudio era o Yamaha YM2610 que possuía quinze canais de som.

Os jogos desenvolvidos para o AES possuíam qualidade tanto em relação aos gráfico quanto ao som, deixando-os muito próximos aos arcades. Para deixá-lo cada vez mais atual, a SNK criou vários jogos exclusivos, como Baseball Stars Professional..
A empresa, no entanto, tinha a noção do alto custo de seus consoles e, para não desagradar os fãs, eles continou a portar jogos para os consoles rivais, como o Mega Drive, o Super NES, o PlayStation 1, entre outros.

Durante a década de 90, vimos nascer uma das maiores rivalidade do mundo dos games. A emblemática disputa entre a Capcom e a SNK. Em fevereiro de 1991, a Capcom lançou um dos seus maiores sucessos, Street Fighters 2 (Multi), fazendo nascer uma verdadeira febre pelos jogos de luta. A SNK quis entrar na onda e lançou o seu Fatal Fury: King of Fighters (Multi) no fim do mesmo ano. No ano seguinte a empresa lançou outro jogo um pouco diferente do primeiro, nascendo então Art of Fighting (Multi).

Os jogos disputavam as fichas dos jogadores nos arcades. Mas a disputa começou realmente em 1994, quando a SNK publicou o excelente The King of Fighters 94 (Multi). O jogo possuía um modo de história extremamente elaborado, além de ser muito difícil de ser concluído. Adicionando a isso, o jogo reunia lutadores de vários jogos da empresa junto a vários novos lutadores. As batalhas aconteciam em trios, algo inédito para a época. Nascia assim a disputa entre Street Fighter e The King of Fighters. Mas isso fica para uma outra coluna.

E assim chegamos ao fim da primeira parte da matéria especial sobre a SNK. Falamos aqui sobre os primeiros anos da empresa até a metade dos anos 90. Na próxima coluna vamos explorar um pouco mais a disputa com a Capcom, as más escolhas que levaram empresa ao seu apogeu e o seu ressurgimento da mesma  nos dias atuais.

Revisão: Manoel Siqueira

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