[Histórico] Crash: O ano em que a indústria quase quebrou
Como uma simples decisão judicial mudou para sempre mercado de games.
Os videogames são hoje uma das maiores mercados do setor de entretenimento mundial. Sua importância rivaliza com os grandes estúdios de Hollywood, além de ser tão lucrativo quanto os mesmos. Mas um fato marcou e a transformou a indústria no o que ela é hoje, o Crash de 1983. Na década de 80, os jogos eram extremamente populares, porém, um decisão judicial causou uma grande mudança nesse cenário, mudando para sempre a forma como vemos os jogos.
Vários jogos eram lançados todos os meses, alguns deles não caiam no gosto popular por serem difíceis demais, outros por terem controles estranhos, mas ainda assim a indústria estava em amplo crescimento.
No fim de 1981, já havia sido movimentado um total de $10,5 bilhões de dólares, tanto nos arcades como nos consoles caseiros e no ano seguinte movimentou-se um total aproximado de $12 bilhões de dólares, valores superiores aos produzidos por Hollywood e da música pop. Isso fez com que cada vez mais empresas investissem na produção de jogos. Mas, infelizmente, tudo mudou graças a uma decisão judicial em 1982.
A Atari não gostou dessa situação e processou a nova instituição, tentando impedir que os mesmos vendessem cartuchos. No entanto, em 1982 uma decisão da corte permitiu a empresa trabalhar livremente, o que criou um imenso problema no mercado de games.
A Activision aproveitou o bom momento e lançou diversos jogos. Gary Kitchen, ex-game designer disse em entrevista ao programa G4 Icons que: “nós costumávamos brincar na Activision que era só programar os cartuchos e jogá-los no ar que dinheiro cairia do céu. Cada jogo que fazíamos vendia entre quinhentos mil e um milhão de cópias, a margem de lucro era extraordinária.”
Essa decisão judicial abriu as portas para diversas produtoras entrarem no mercado, consequentemente, de uma hora para a outra, o número de empresas que começaram a lançar jogos para os consoles caseiros aumentou vertiginosamente, o que causou também um novo problema, várias companhias começaram a lançar seus próprios consoles, o que infestou as lojas de opções. O CEO da Activision, Robert Kotick, disse ao G4 Icons que “Havia essa percepção de que eu era o errado, mas do dia para a noite haviam diversas empresas atrás do sucesso da Activision.”
E isso começou a ser sentido em 1983.
Isso não afetou diretamente os jogadores, já que era possível adquirir mais títulos por menor custo. O jornalista Billy Kunkel disse em entrevista ao G4 Icons que “não importava o quão bom fosse o jogo, era difícil vendê-lo por trinta ou quarenta dólares, quando com o mesmo valor você poderia comprar quinze jogos, mesmo que todos esses fossem horríveis.”
Isso atingiu até mesmo as grandes desenvolvedoras, uma vez que não adiantava mais investir na produção de jogos de qualidade, pois os consumidores passaram a se acostumar a pagar poucos dólares em cada cartucho. Garry disse ainda que “A indústria quebrou realmente depois do Natal de 1983, quando as vendas realmente despencaram, algo em torno de 84%, foram para aproximadamente um quinto do que era antes.”
Isso causou uma grande queda nos lucros da indústria, fazendo com que ela praticamente desaparecesse. A decaída representou um percentual de 97% entre os anos de 1983 e 1985, vindo a se recuperar anos depois.
Como pudemos ver, a ganância de uns poucos quase fizeram com que o nosso amado hobby simplesmente desaparecesse. Uma grande lição foi aprendida com esse episódio e vemos seu reflexo até hoje, quando, por exemplo, observamos que ao invés de dezenas de aparelhos disputando a preferência do consumidor, temos uma concorrência polarizada entre poucas produtoras. Como na história quase tudo se repete, não sabemos se a indústria sofrerá algo parecido novamente. Mas e você leitor, viveu essa época de ouro? Deixe o seu comentário abaixo.
Os videogames são hoje uma das maiores mercados do setor de entretenimento mundial. Sua importância rivaliza com os grandes estúdios de Hollywood, além de ser tão lucrativo quanto os mesmos. Mas um fato marcou e a transformou a indústria no o que ela é hoje, o Crash de 1983. Na década de 80, os jogos eram extremamente populares, porém, um decisão judicial causou uma grande mudança nesse cenário, mudando para sempre a forma como vemos os jogos.
A era de ouro
A chamada Era de Ouro dos Videogames foi marcada por um crescimento astronômico nos negócios, movimentando uma grande quantia de dinheiro e dois jogos foram o gatilho para esse crescimento, Space Invaders (Multi) e Pac-Man (Multi). Seus Arcades, máquinas com controles específicos para cada jogo, podiam ser encontradas em bares, restaurantes, super mercados e nos mais variados estabelecimentos, tendo sempre alguém esperando para jogar.Vários jogos eram lançados todos os meses, alguns deles não caiam no gosto popular por serem difíceis demais, outros por terem controles estranhos, mas ainda assim a indústria estava em amplo crescimento.
No fim de 1981, já havia sido movimentado um total de $10,5 bilhões de dólares, tanto nos arcades como nos consoles caseiros e no ano seguinte movimentou-se um total aproximado de $12 bilhões de dólares, valores superiores aos produzidos por Hollywood e da música pop. Isso fez com que cada vez mais empresas investissem na produção de jogos. Mas, infelizmente, tudo mudou graças a uma decisão judicial em 1982.
A virada no jogo
Em 1979 alguns funcionários da Atari saíram da companhia e fundaram a Activision, com a intenção de produzir jogos para o console da empresa, já que a mesma não dava os créditos ou pagava royalties aos desenvolvedores, o que eles consideravam injusto.A Atari não gostou dessa situação e processou a nova instituição, tentando impedir que os mesmos vendessem cartuchos. No entanto, em 1982 uma decisão da corte permitiu a empresa trabalhar livremente, o que criou um imenso problema no mercado de games.
A Activision aproveitou o bom momento e lançou diversos jogos. Gary Kitchen, ex-game designer disse em entrevista ao programa G4 Icons que: “nós costumávamos brincar na Activision que era só programar os cartuchos e jogá-los no ar que dinheiro cairia do céu. Cada jogo que fazíamos vendia entre quinhentos mil e um milhão de cópias, a margem de lucro era extraordinária.”
Essa decisão judicial abriu as portas para diversas produtoras entrarem no mercado, consequentemente, de uma hora para a outra, o número de empresas que começaram a lançar jogos para os consoles caseiros aumentou vertiginosamente, o que causou também um novo problema, várias companhias começaram a lançar seus próprios consoles, o que infestou as lojas de opções. O CEO da Activision, Robert Kotick, disse ao G4 Icons que “Havia essa percepção de que eu era o errado, mas do dia para a noite haviam diversas empresas atrás do sucesso da Activision.”
E isso começou a ser sentido em 1983.
O grande Crash da indústria
Com abertura deste novo mercado, sua qualidade começou a cair pouco a pouco, o que fez com que várias companhias quebrassem e pedissem falência. Isso aconteceu porque se produziam muito mais jogos do que se conseguia vender, o que causava um grande prejuízo às empresas e a sua subsequente quebra.Isso não afetou diretamente os jogadores, já que era possível adquirir mais títulos por menor custo. O jornalista Billy Kunkel disse em entrevista ao G4 Icons que “não importava o quão bom fosse o jogo, era difícil vendê-lo por trinta ou quarenta dólares, quando com o mesmo valor você poderia comprar quinze jogos, mesmo que todos esses fossem horríveis.”
Isso atingiu até mesmo as grandes desenvolvedoras, uma vez que não adiantava mais investir na produção de jogos de qualidade, pois os consumidores passaram a se acostumar a pagar poucos dólares em cada cartucho. Garry disse ainda que “A indústria quebrou realmente depois do Natal de 1983, quando as vendas realmente despencaram, algo em torno de 84%, foram para aproximadamente um quinto do que era antes.”
Isso causou uma grande queda nos lucros da indústria, fazendo com que ela praticamente desaparecesse. A decaída representou um percentual de 97% entre os anos de 1983 e 1985, vindo a se recuperar anos depois.
Como pudemos ver, a ganância de uns poucos quase fizeram com que o nosso amado hobby simplesmente desaparecesse. Uma grande lição foi aprendida com esse episódio e vemos seu reflexo até hoje, quando, por exemplo, observamos que ao invés de dezenas de aparelhos disputando a preferência do consumidor, temos uma concorrência polarizada entre poucas produtoras. Como na história quase tudo se repete, não sabemos se a indústria sofrerá algo parecido novamente. Mas e você leitor, viveu essa época de ouro? Deixe o seu comentário abaixo.
Revisão: Manoel Siqueira
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